2 de nov. de 2010

Eu por mim mesma...


Eu acho que já fui um ser humano normal algum dia, mas faz muito tempo isso. Na verdade eu acho que nunca fui alguém que pudesse ser classificado como um humanóide normal, aliás, o tempo todo eu esbarro nessa terminologia. NORMAL.
O que é ser normal? Tem dias que amanheço com o conceito de normalidade bem definido e me parece tão ruim. Ser normal deve doer. Como se fosse uma incapacidade ou enfermidade sabe? Algo que dificulta a vida em sociedade e limita o pessoal, intelectual, sexual e por aí vai. Deus me defenda disso. Eu prefiro ser assim, cheia de questionamentos mentais e enjôos estomacais. O dia-a-dia afeta o meu fígado, prejudica minha digestão, eu tenho enjôo de gente básica, de frases feitas e atitudes óbvias. Constatar minha rotina me adoece.  O próprio ato de me levantar pela manhã e lembrar das pessoas que lotam os ônibus e trens com as  quais terei de passar tantas horas do meu dia, enclausurada no mesmo ‘quadrado’ que elas. Penso naquele amontoado de gente com quem terei que interagir o dia todo, nos sorrisos sem vontade aos quais estou fadada e nas palavrinhas agradáveis que sou obrigada a proferir sem a mínima vontade de uma coisa nem outra. Quando lembro do meu uniforme e no quanto eu ganho por hora, todo meu ser revira como se eu fosse aparecer ao final desse reviravolta pelo avesso, com vísceras no lugar dos meus olhos. Ver o mundo estampado a minha frente sem o colorido das minhas retinas deve ser pavoroso!
Eu sempre comparo as minhas obrigações com as coisas que eu realmente gostaria de fazer. Ao invés de ter dias assim, eu adoraria passá-los num local cercado por montanhas, a praia lá embaixo, flores que atraíssem borboletas, as doces borboletas poderiam se aproximar de mim enquanto olho pra elas sem pressa. Cuidar das plantas. Dentro da casa o meu MSN piscando ao chamado de alguém, na mesinha da sala uns 3 livros que me distrairiam durante todo o dia, hora um hora outro, a foto de alguém pra quem eu goste de olhar, sem som  do lado de fora e EU no meu mundo e mais ninguém. Doce utopia delirante.
 Minha vida é tão lotada de gente que estar só me parece ótimo quase o tempo todo. Eu não sou bem humorada, nunca fui. Eu prefiro os questionamentos às comédias da vida privada.
Sarcasmo, cinismo e deboche em minha opinião são muito mais instigantes do que piadinhas infames acompanhadas de risinhos sem causa aparente. Eu acho as pessoas quase que na sua totalidade umas chatas. Claro que há exceções e até mesmo as exceções das exceções. Questão de dia, de disposição, minha disposição claro!  E eu acho muito justo que as pessoas pensem o mesmo de mim. É tudo uma questão de sintonia. Eu não morro de amores por elas e no geral elas não morrem de amores por mim. Prefiro os livros, as músicas e os meus achismos baratos. Eu sempre aproveito mais coisas deles do que jogando conversa fora com gentinha limitada.

5 comentários:

  1. TAta,

    Acho que perdi tempo por deixar esse tempo todo passar e sem contato.

    Seu blog tem centenas de loucos te seguindo!
    Me orgulho de você.
    E olha que você ja mereceria um livro, uma chance nesse mundo de profissionais da manipulação de massas.

    Parabéns, pelo que está escrevendo e pela centena de seguidores.

    beijo

    Antonio Carlos

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  2. Adorei o texto Tata, vou recomendá-lo...rsrs
    resumindo: "Eu sou eu e as circunstâncias"...
    Bjos amiga...

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  3. kkkkkkkkk..Agora falando sério, achei que o texto foi bem escrito mesmo, a sua cara. Já falei várias vezes que você tem talento para a escrita, pratice mais...rsrs

    Quanto a normalidade, já dizia Caetano Veloso: de perto ninguém é normal....

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  4. Eu amo escrever, meu problema é que eu produzo pouco, por conta de escrever a base do tesão, ou seja, só escrevo quando da vontade..rs...Mas tenho vários projetos e vou tentar inicia-los e principalmente termina-los..rs...E como v cja sabe, duas tiragens ja estão garantidas, uma pra mim e outra pra vc. rs Te amo.

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