13 de abr. de 2012

A dor e o tempo


Quem nunca sentiu uma dor profunda e dilacerante?
A dor de um amor proibido, um amor distanciado, um amor fracassado.
Quem nunca chorou sozinho a desventura de amar e por algum motivo alheio a própria vontade não conseguiu vivenciar esse amor?
Generalizar em qualquer situação é limitar o ser humano ao óbvio mas nesse caso especificamente, afirmo que TODOS, absolutamente todos os seres viventes já sofreram ou sofrerão por amor em alguma época de suas vidas.
Embora raros, os amores bem sucedidos (ao menos por um tempo) existem.
Não sofremos apenas por amor não correspondido, as vezes até somos, mas na maioria dos casos só amor não é o suficiente.
Como mensurar uma dor que é proporcional a capacidade de amar que possuímos?
Quanto maior o amor, maior o sofrimento e não há como fugir disso.
Quando a música mais animada do mundo perde o ritmo, o azul vira cinza e a dor nos consome, como se estivéssemos sendo invadidos por um ácido que vai tomando cada pedacinho de nós até que nos sentimos ocos feito árvore que morreu de pé, as horas de tão arrastadas viram dias, os dias se transformam em meses sem que a semana termine.
Na ânsia de sofrer menos, tentamos várias formas de distração e no final a dor só aumentou e a saudade ainda mais presente, grita dentro da gente.
“Desgraçada criatura”.
Essa é uma frase muito usada nos poemas e nesses momentos nos identificamos tanto com ela.
A certeza de que aquela dor será eterna faz o mundo perder o sentido tanta e tanta vezes que, muitos são os que não a suportam.
Assisti dia desses a uma palestra de um famoso psicólogo, ele em meio ao brilhante discurso citou uma frase que ecoa na minha mente desde então:
“O ontem passou e hoje também vai passar”.
Felizmente passa!
É só uma questão de tempo. 
O tempo, esse mestre caprichoso que faz do homem um paradoxo vivo e que cura as feridas mais profundas.
Somos reflexo do que vivemos e vivenciamos cada momento de dor, cada desilusão, somados as alegrias e até aos momentos mais mornos, transformam o que sentimos a forma como vivemos e principalmente quem somos.
É normal que em momento de muita dor nos sintamos perdidos, fracassados, mas se usamos essa dor como aprendizado, sairemos mais fortes, melhor preparados. A percepção da qual todos nós somos dotados aumenta e a sensibilidade fica ainda mais aguçada.Ganhamos mais consciência emocional, nossa capacidade de entender o que sentimos fica tão mais clara. 
A dor se não puder ser evitada deve no mínimo ser útil, importante é lutar contra a estagnação, uma vez que você se levanta ao invés de ficar prostrado sentindo pena de si mesmo, você estará lutando, buscando a cura e uma vez recuperado, que a experiência sirva pra que se faça melhores escolhas na próxima vez.

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